A PRIMEIRA FOTOGRAFIA

 

A PRIMEIRA FOTOGRAFIA
 
Aos imóveis referidos nos itens "a", "b" e "c", que são como peças de um verdadeiro "quebra-cabeça", junta-se, para o encaixe final um novo registro da mesma época, cujo teor, transcrito na íntegra e na grafia do então, representa uma verdadeira fotografia do local onde hoje se localiza nossa cidade.
A exemplo dos registros anteriores, o proprietário Joaquim Antonio de Arruda, (citado nos documentos "a" e "c" como parte das divisas dos mencionados imóveis) faz a descrição de sua área e declara que é o quarto proprietário da mesma. No entanto, por lapso dele próprio ou do escrevente que lavrou o registro, não consta o nome do vendedor, no caso, o proprietário anterior.
Em todas as pesquisas e buscas realizadas, em períodos anteriores e até 1856, não foram encontrados registros de propriedades com características semelhantes às do nº176, impossibilitando, dessa forma, o conhecimento dos nomes dos três proprietários anteriores, através dos quais teríamos, com certeza a "Certidão de Nascimento" de Barra Bonita.
Eis que é descrito pelo quarto proprietário: 
 
Reg. nº 176 de 09 de fevereiro de 1856
Livro 20 - Fls.94 - Freguesia de Brotas
 
"O abaixo assignado, Joaquim Antonio Arruda, he Senhor, e possuidor de huma Sismaria, no Município das Brottas, contendo treis quartos, de Testada, com legoa e meia de certão, sendo da maneira e forma seguinte, no Rebeirão das Pedras, que faz barra no Tietê, assima desta barra¸ hum quarto mais ou menos na Barra do primeiro corrigo, está hum marco de Peroba, que foi afincado, seguindo a rumo de Agulha para o Certão tem legoa e meia, e dahi faz quadra a esquerda tres quartos de legoa, e dali outra quadra procurando ao Rio outra legoa e meia cahe. Asima do rebeirão das Lençoes, onde foi afincado outro marco de Pedra, e seguindo houtra quadra tem outros três quartos, que vai dar no padrão de Peroba, onde parte o primeiro Rumo, e por esta forma quadrado estes terrenos comprehendeo todas as vertentes do dicto rebeirão das Pedras, devizando para o lado de Cima com a Sismaria de Odorico de tal, depois com Mecias de tal, na testada do certão, com Bento Manoel de Tal, e para o lado de baixo, com huns apossiantes que não meo corro de seos nomes, e na frente com Rio Tietê, e sou quarto possuidor de dicta Sismaria, que foi medida e de marcada, e confirmada, e tem sido pagos todos os Sellos e direitos, e tendo escripturas Publicas delle e tenho cultivados e gramados, na Barra Bonita do mesmo Rebeirão, e na beira do Rio, onde faz barra o mesmo, cujas terras são todas roxa é de primeira qualidade. Passei dois do mesmo Theor, ficando hum em (meo) poder do Reverendo Vigário das Brottas, e houtro em meo poder. Campinas, Nove de Fevereiro de mil oitocentos e cinquenta e seis.Joaquim Antonio de Arruda."
A seqüência das propriedades de um para outro dono, fica impossibilitada pois a descrição dos imóveis é feita de forma bastante breve, como demonstra o registro supra, sem maiores informações ou identificações que possam acrescentar se foram desmembrados ou anexados, qual a área total, limites, divisas e ou confrontações.
Em 1858, com a elevação de Jahu à Freguesia, toda esta extensa região passou a fazer parte dela. Assim, os registros de compras e vendas, de imóveis, passaram a ser feitos na mencionada Freguesia.
Lá foram localizadas diversas escrituras que comprovam o início da colonização por grandes latifundiários que aqui não permaneceram. Como curiosidade histórica aqui vão mais alguns exemplos:
 
1)LIVRO 1, FLS 14 VERSO A 15 VERSO - 3 DE JANEIRO DE 1859
Antonio Caetano Leite e sua mulher Gertrudes Maria de Jesus, vendem a José Ribeiro de Camargo, a ilha de Pirataraca (Piataraca)
 
2)LIVRO 2, FLS 132 A 133 - 10 DE MARÇO DE 1861
Satyro Pereira Carneiro e sua mulher Carolina Maria de Jesus, vendem a João Alves de Mira e Mello, terras na Ponte Alta.
 
3) LIVRO 3, FLS 88 A 89 VERSO - 15 DE MARÇO DE 1864
Jacinto Luiz Ferreira e sua mulher, vendem a Antonio Gonçalves Moraes, um sítio no lugar denominado Pau D'Alho
 
4) LIVRO 4, FLS 134 A 135 - 2 DE NOVEMBRO DE 1864
João José Fernandes do Prado e sua mulher vendem a Joaquim José de Oliveira Paes, o sítio denominado Barra Bonita.
 
Mas... quem aqui permaneceu, deseja que nesta "terra roxa e de ótima qualidade", também brotasse semente de uma nova cidade. Assim surgiu a "Casa Azul"

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